Um dos tipos de comédia mais populares no Brasil, hoje em dia, é o stand-up comedy. Nele, os humoristas utilizam um texto de autoria própria e não representam nenhum tipo de personagem. Como eles mesmos dizem, apresentam-se “de cara limpa”. Mas como será que estes humoristas andam trabalhando o humor? Somente para debochar das minorias, ou utilizam-no para criticar aqueles que estão no poder e trazê-los para a realidade? Nós podemos escolher aquilo que achamos engraçado?
“O humor é uma das chaves para a compreensão de culturas, religiões e costumes das sociedades num sentido amplo, sendo elemento vital da condição humana. O homem é o único animal que ri e, através dos tempos, a maneira humana de sorrir modifica-se, acompanhando os costumes e as correntes de pensamento.”
(Definição de humor pela Wikipédia).
O conceito de humor tornou-se muito amplo ao passar dos anos e da evolução da humanidade. Isso nos leva a concluir que as pessoas riem de coisas diferentes, depende do contexto social e histórico. Portanto, podemos sim escolher sobre o que achamos graça e isso depende de quanto conhecimento temos sobre determinado assunto. O fato é que muitos humoristas, como meio mais fácil de provocar o riso nos outros, ainda se utilizam de piadas feitas, que insitem quem discriminar principalmente mulheres, negros, pobres e homossexuais, simplesmente por esses grupos terem tido menos poder ao longo da história.
O humor é um ótimo meio para denunciar as fraquezas de assuntos polêmicos na sociedade atual, como política e religião, por exemplo, que muitas vezes não funcionam como deveriam. Ridicularizar pessoas que você julga piores porque são diferentes de você nunca irá contribuir de forma positiva para a sociedade. Pelo contrário, piadas desse tipo só reforçam a ignorância e os preconceitos que nos fecham para o novo e o diferente.
Devemos utilizar o humor como forma de protesto e denúncia contra aqueles que fogem da ética para o beneficiamento próprio, e não para julgar os outros e humilhá-los por serem diferentes, porque eles não são. Somos todos humanos.
Texto escrito por Enrico Gimenez